Análise da NBA 2025-26: As Melhores Defesas e a Chegada de uma Nova Estrela em Dallas

A nova temporada da NBA se aproxima, e com ela surgem as previsões sobre quais equipes dominarão a liga. Embora ataques explosivos capturem as manchetes, a máxima de que “defesas ganham campeonatos” continua mais relevante do que nunca. Analisando o cenário pós-All-Star Game da última temporada, algumas surpresas apareceram, como Raptors e Trail Blazers entre as melhores defesas, enquanto potências como o Indiana Pacers já davam sinais de sua força defensiva a caminho das Finais.

Estamos testemunhando uma mudança de guarda nas elites defensivas da NBA ou apenas variações causadas por amostras pequenas e calendários favoráveis? A resposta varia, mas poucas equipes inspiram a confiança de que serão defensivamente brilhantes nesta temporada. Com base em análises de elenco, possíveis lesões e evolução dos jogadores, apresentamos um ranking de como as defesas da liga devem se sair ao final da temporada 2025-26.

Ranking das Defesas para a Temporada 2025-26

1. Oklahoma City Thunder Na temporada passada, o Thunder liderou a liga em turnovers forçados, limitou os adversários ao menor percentual de arremessos de quadra e de três pontos, e foi o segundo time com mais tocos. O que mais se pode pedir? A equipe teve dois jogadores no time ideal de defesa, outros dois receberam votos, e seus três melhores defensores (Alex Caruso, Chet Holmgren e Isaiah Hartenstein) nem foram elegíveis para prêmios por terem jogado menos de 65 partidas. Esta não é apenas a melhor defesa da NBA; é uma das melhores da história.

2. Orlando Magic Mesmo com Jalen Suggs jogando apenas 35 jogos e quase todos os titulares perdendo pelo menos 22 partidas, o Magic teve a segunda melhor defesa da liga. Isso demonstra que seu domínio defensivo é estrutural, não dependente de um único jogador. Eles lideraram a liga em tocos e ficaram em segundo em turnovers forçados, além de serem excelentes nos rebotes. Com um elenco alto, físico e profundo, o Magic se estabeleceu como uma força permanente no topo das listas defensivas.

3. Cleveland Cavaliers A defesa de Cleveland caiu um pouco no ano passado enquanto o ataque explodia, mas espera-se um retorno ao top 5. As adições de Lonzo Ball, para marcar os armadores adversários, e Larry Nance Jr., trazendo versatilidade, fortalecem o elenco. Junte a isso a dupla de garrafão formada por Evan Mobley, o Jogador Defensivo do Ano, e o subestimado Jarrett Allen, e a receita para uma defesa de elite está completa.

4. Houston Rockets As dúvidas são mínimas, mas existem. Reed Sheppard será um alvo fácil por causa de sua altura? A cultura defensiva sentirá falta de Dillon Brooks e Fred VanVleet? Provavelmente não. O núcleo jovem dos Rockets, liderado por Ime Udoka, já provou que pode construir uma identidade defensiva sólida, e a estrutura que os colocou no top 5 no ano passado permanece intacta.

5. San Antonio Spurs É a hora de Victor Wembanyama. Seu reinado como perpétuo Jogador Defensivo do Ano deve começar nesta temporada. Com ele em quadra, os Spurs tiveram números de uma defesa top 5. O problema era quando ele saía, mas a contratação de Luke Kornet, um pivô reserva subestimado, deve ajudar. Com um elenco repleto de defensores talentosos como Jeremy Sochan e Carter Bryant, a defesa dos Spurs tem tudo para ser excelente. As dúvidas sobre o time estão no ataque, não na defesa.

6. Detroit Pistons Com um dos gêmeos Thompson, a defesa já tende a ser boa. Mas Detroit tem mais a seu favor. Isaiah Stewart e uma esperada evolução de Jalen Duren formam um garrafão imponente. A equipe joga com uma intensidade que a torna um adversário difícil, embora cometa muitas faltas. Assim como Thunder e Magic, os Pistons construíram uma cultura que prioriza a defesa, transformando-os em um pesadelo para os adversários.

7. Portland Trail Blazers Os Trail Blazers têm grandes defensores em todo o elenco, e a arrancada no final da temporada passada mostrou seu potencial. Donovan Clingan deve fortalecer ainda mais o garrafão como titular em tempo integral, enquanto o perímetro conta com a experiência de Jrue Holiday e a energia de Deni Avdija e Toumani Camara. O desafio será equilibrar a busca por vitórias imediatas com o desenvolvimento de jovens talentos, mas a base para uma defesa muito boa já está consolidada.

8. Golden State Warriors Após o All-Star Break, os Warriors tiveram a melhor defesa da NBA, e a adição de Al Horford só melhora o time. Então, por que a queda para o oitavo lugar? A idade avançada do elenco traz riscos de lesões e declínio. No entanto, com Horford e Draymond Green, a equipe possui uma versatilidade tática única, permitindo mais trocas de marcação do que qualquer outro time. Eles sempre conseguem mais rebotes do que se espera e, quando saudáveis, continuam sendo uma força defensiva formidável.

A Chegada de Cooper Flagg e o Peso da História em Dallas

Além da dinâmica das equipes, a temporada será marcada por narrativas individuais poderosas. Nenhuma talvez seja tão carregada de simbolismo quanto a estreia de Cooper Flagg no Dallas Mavericks, um fenômeno que transcende o basquete e mergulha na complexa história racial do esporte americano.

O Fantasma da “Grande Esperança Branca” Desde que o boxeador negro Jack Johnson derrotou campeões brancos no início do século XX, a cultura esportiva americana busca por um “salvador” branco, um atleta capaz de restaurar uma suposta glória perdida. No basquete, figuras como Jerry West e Pete Maravich representaram essa excelência antes da integração da liga revelar o domínio dos jogadores afro-americanos. Nos anos 80, Larry Bird foi o herdeiro desse manto, mesmo que o negasse. Desde então, os MVPs brancos da NBA foram todos europeus (Dirk Nowitzki, Nikola Jokić, Luka Dončić), e um All-Star americano branco não aparece desde Kevin Love em 2018.

Dallas: O Palco Perfeito Se houvesse um roteiro para o surgimento da próxima “Grande Esperança Branca”, ele seria escrito em Dallas. É a única franquia cujos três maiores jogadores da história são brancos (Steve Nash, Nowitzki, Dončić). Com a ferida da troca de Dončić para os Lakers ainda aberta, a cidade está desesperada por um novo herói. A sorte, ou talvez um roteiro pré-definido, colocou Cooper Flagg no colo do time, inserindo-o em um ciclo mítico que ele não pediu.

A Pressão sobre o Novato Desde LeBron James em 2003, nenhum novato chegou à liga carregando expectativas tão imensas. Flagg, um jovem talentoso do Maine, entra em um cenário caótico. A troca de Dončić foi desastrosa, deixando a torcida desolada. Kyrie Irving renovou contrato, mas está fora da temporada com uma lesão no ligamento cruzado anterior. Anthony Davis, aos 32 anos, é uma ex-estrela que ainda pode ter brilho, mas segue sendo um dos jogadores mais propensos a lesões na NBA.

Nada disso é culpa de Flagg. No entanto, a realidade é que a criação de jogadas recairá principalmente sobre seus ombros. Embora seja mais conhecido por seu jogo completo e defesa voraz, em seu primeiro ano ele será forçado a comandar o ataque. Ele é o favorito ao prêmio de Novato do Ano e tem a chance de liderar os Mavs em pontos e assistências. A questão é se um garoto de 18 anos pode carregar não apenas um time, mas também o peso de décadas de expectativas culturais.